Stravaganza con tonno



 

Stravaganza con tonno


Um mexido de ovos com atum pra comer rezando


Num domingo sem sal nem pimenta

a gente faz na cozinha o que aguenta.


No fundo da despensa só tinha uma lata de atum.

me virei nos trinta, 

fiz um mexido num zum,

e que não é pra qualquer um.


Na vasilha quebrei dois ovos

e nela a lata de atum virei.

Mexi bem, 

piquei meia cebola branca, 

bem na bica da torneira,

e na vasilha, rápido joguei.

Mas mesmo assim chorei, 

chorei, chore!


De um alho lasquei um dente,

e, não mais que de repente,

na vasilha misturei.


A temperança não podia faltar nessa festa,

e da despensa veio, sem pressa e sem aresta,

a pimenta do reino, o azeite e o sal,

pra deixar tudo com sabor colossal.


Depois de bem mexer,

só tive uma coisa a fazer:

esquentei bem, com um fio de azeite, uma frigideira faceira,

passei o mexido pra ela e dei fogo brando,

tampando a frigideira pra cozinhar lentamente

e a fritada sair bem brejeira.


deixei passar 2 minutos 

e sobre tudo coloquei parmesão ralado

tampei e esperei mais 1 minuto 

pra tudo ficar bem gratinado.


Com a ajuda de um prato, 

virei todo o preparado,

voltei pra frigideira 

e entornei mais um pouco de queijo ralado.


Tampei com carinho 

e esperei mais um bocadinho

tomando um golinho

de um copo de vinho

pra ver bem gratinadinho

aquele queijo jogado bem no finzinho.


Tirei o mexido prum prato 

e decorei com manjericão.

Fiz isso sabendo que faz bem pro coração.


Cortei um pedaço do mexido

e comi com vinho tinto,

e nessa hora, não minto


a rima me faltou. 


... 


também pudera: 

do mexido ... nem pra remédio sobrou!


Marcio Martini


NR: Especialmente escrito em Português pra Lucianna Zuccato Barão

(afinal, apesar de tanta "doppia", ela é bem brasileira)