Costelinha de porco com gengibre




Costelinha de porco com gengibre

Ontem a Lolô, minha lombriga-amiga, fissurou num lance que o Carlos Varotto me contou outro dia sobre costelinhas de porco.
Essa lombriga passou o resto da noite me fazendo sonhar como seria essa tal costelinha de porco.
Ela me deu inúmeras soluções, até uma de fazer na churrasqueira só com sal grosso e mais nada.
Aí, no meio da noite, naquela levantada que eu dou pra "devolver o líquido ingerido", veio a ideia:
Costelinha de porco no gengibre! EUREKA

Agora cedo, a Lolô me empurrou pra fora da cama e me mandou pro supermercado, bem assim:
- traz uma ripa de costelinha fresca, uma dúzia de limões e outra de bananas. 
Aí eu pirei, nem tava com vontade de sair da cama, ainda mais com esse friozinho.
- Vai logo, moleque, eu tô "lombrigada". Na boa, se ela sem tal lombrigada já come como uma draga, imagine hoje!
- Peraí Lolô, banana?
- É que eu tô com vontade de comer banana frita, Vai logo moleque, e traz da nanica!

Eu gosto quando ela me chama de moleque: me faz lembrar dos tempos em que eu fazia parte daquela turma da vila que vivia quebrando o muro da escola.
Os caras vinham e faziam o muro e quando dava cinco da tarde iam embora. Danou-se. Era os caras virarem o pé na rua pra molecada invadir a escola e derrubar.
Era pura molecagem, mas era muito legal. Depois a turma fazia uma rodinha pra fumar o único cigarro Macedonia que tinha. Isso mesmo: Era o mesmo cigarro pra todo mundo. Era um cigarro que um deles roubava do maço da mãe, por isso só pegava um, pra ela não perceber.
A roda era formada por uns 12 meninos e a "bia" do cigarro passava de um em um até queimar o dedo. 

Então, na hora que eu entrei no supermercado, a Lolô me disse:
- Moleque, não esquece as batatas. Traz das pequenas que salteadas ela ficam mais saborosas, do jeito que eu gosto.

Ela não pediu antes, né? Entendeu, nem eu? Mas quem é homem pra discutir??

Voltei do super e mandei ver na cozinha:

Temperei a costelinha com limão, pimenta do reino, alho e sal fino.
Deixei marinar por uma hora.
Fritei na frigideira quente com água e um pouco de óleo, até ficar bem dourada.
À medida em que vai fritando, a gordura da costelinha derrete e acaba servindo como tempero.
Escorri no papel toalha e separei.
Fritei as bananas e separei.
Salteei as batatas com salsinha.
Na hora de servir, aqueci um pouco tudo o que já estava pronto e montei o prato assim:
Uma cama de verde com rúcula e agrião
Um pedaço de ripa de costelinha de porco
Um pouco de banana frita
Um pouco de batata salteada
Um pouco de arroz com páprica defumada - ela adora
Um pote com chutney de gengibre
Uma fatia de limão e um ramo de alecrim

Quando eu ia sentar, ela olhou bem pra minha cara e disse, sem cerimônia:
- Moleque, não tá faltando nada não?

Vascilei!! Faltou a cachacinha dela. (uma hora eu aprendo)
Meu compadre: se você ainda não tem uma lombriga-amiga, NEM QUEIRA TER!

Chega de prosa

Ingredientes

1 porção de arroz
2 bananas nanicas
3 limões
400 g de ripa de costelinha de porco fresca
3 batatas
1 porção de chutney de gengibre
sal, pimenta do reino, alho, salsinha à gosto


Arroz
Aqueça o arroz e coloque 1 colher de chá de páprica defumada

Banana
Frite as bananas em óleo quente
Tenha canela em pó para quem gosta

Costelinha
Deixe marinar por 1 hora com limão, pimenta do reino, alho e sal fino.
frite em frigideira quente com água e um pouco de óleo, até ficar bem dourada.
Decore com um ramo de alecrim

Batatas
Salteie as batatas em frigideira com óleo e salsinha






Mangia che te fà bene
Bacci mile
Siamo tutti oriundi
Marcio Martini
01/07/2020
#ProsaGostosa 
http://prosagostosa.blogspot.com/2020/07/costelinha-de-porco-com-gengibre.html