A Janela dos Sobrinhos do Capitão
Tem uns queridos da vida que a gente não esquece.
Num tempo perdido aí no calendário, a Angela Ziroldo e o Carlos (Carô) andaram por essas bandas de Cananeia e a gente se apaixonou. As prosas eram todas maravilhosas.
Eles contavam coisas dos tempos deles das Páginas Amarelas da Veja e a Maria e eu contávamos as nossas travessuras pelo mundo afora.
Esses dois se perdiam de sampa pra cá pra apenas: Comer, beber e dormir. Nem saiam daqui pra nada.
Até que um dia, o Carô deu de cara com essa janela que aparece aí na foto.
Essa janela dá de cara pro quintal e a gente ficava numa mesa de frente pro gol e a Maria ficava mandando bem e ,do fogão, conversava com a gente lá de fora.
Era um lance muito animado e tinha muito amigo só ficava nessa mesa e pronto.
Quando a comida ficava pronta ela colocava nesse balcão e a gente se servia dali mesmo. Tinha até uns banquinhos pra ficar de papo com a Chef.
No lance do Carô de cara pra janela, na hora que o camarão ficou pronto e a Maria colocou no balcão, imediatamente ele olhou pro trio, que já estava hidratado com caipirinha e tal e fez a seguinte pergunta:
- Geeeente (a garganta, quando bem hidratada, costuma alongar as primeiras síbaras mesmo), essa janela aqui, parece com o quê?
O Trio ARCO-DA-VELHA respondeu como num jogral:
- Parece com a janela dos Sobrinhos do Capitão.
Cada um riu até cansar porque, ninguém nem tava falando de gibi antigo, o papo era outro.
Sintonia fina, finíssima.
Coisas do tempo.
Marcio Martini
#ProsaGostosa
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