Muita gente pergunta quem é esse tal de Don Martini que sempre aparece "de surpresa" na hora do almoço aqui em casa. Aqui vai.
Don Martini é uma personagem que eu criei baseada num queridíssimo amigo já falecido que fazia exatamente isso que você tem lido nos meus textos: Aparecia do nada!
Ele foi nosso vizinho durante muitos anos e vira que mexe surgia "do azul" em casa com a desculpa esfarrapada de trazer qualquer coisa para a Maria Comenale, minha querida fada magrinha também já falecida.
Magrinha porque pesava apenas 49 kg, Fada porque era Divina.
Nós três eramos muito amigos e sempre que um viajava, trazia uma coisa qualquer pros outros dois - de comer ou de beber, ou ambas.
Enquanto nós dois ficávamos tomando caipirinha, cerveja ou vinho (normalmente do meu bar) e futricando a vida alheia, nossa querida Maria, absoluta chef de cozinha laureada, preparava seus inúmeros petiscos maravilhosos. Ah, a Maria era de uísque - caso sério.
Quando não era isso, tinha sempre um palpite de uma nonna nossa qualquer, que um de nós tirava da cartola, pra virar moda na hora e tchum: tava feita a mais nova receita - mesmo que fosse de um bife à milanesa - sempre era uma folia de três moleques.
Teve uma vez que a Maria e eu inventamos de fazer um vidro de "cipollina" curtida no azeite, porque ele contava que, de moleque eles faziam isso lá no Cambuci. Bom, Essa história eu conto no blog outra hora - vai dar um romance de capa e espada!
Bom de prosa, garfo e copo. Tinha assunto pra tudo e só bebia três tipos de cerveja: Importadas, nacionais e falsificadas. As outras todas ele dispensava.
Tem coisa pior para te contar: quando ele não vinha, nós telefonávamos pra ele perguntando a que horas ele iria chegar.
Bons tempos, boas lembranças.
Marcio Martini
06/07/2020
#ProsaGostosa